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Fernanda Nina

Conta PJ: Qual é a importância de criar uma conta bancária exclusiva para minha empresa?

Atualizado: 6 de nov. de 2020

Nesse artigo, você entenderá a importância da separação de contas da pessoa física e da pessoa jurídica e o primeiro passo para melhorar o controle financeiro da sua empresa.



Antes de tudo, é preciso entender que contabilmente, uma pessoa física é todo ser humano que nasce com vida, podendo ser registrada ou não, enquanto pessoa jurídica é uma entidade, obrigatoriamente registrada sob um CNPJ, que possui um propósito ou finalidade.


Portanto, percebe-se que PF e PJ são duas coisas distintas, devendo ser tratadas de forma independente, ou seja, seus direitos e deveres não devem se misturar. Mas isso nem sempre acontece.


Em empresas de pequeno e médio porte, uma falha muito comum na gestão do negócio é a ausência da separação de contas bancárias de pessoa física e de pessoa jurídica. Essa prática é extremamente prejudicial pois, além de afetar os gastos pessoais, dificulta o controle dos resultados da empresa.


Por que não se deve misturar contas pessoais com contas da empresa?


A contabilidade usa o princípio da entidade para tratar deste assunto. Segundo a Resolução do CFC:

“O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes. [...] Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.”

Sendo assim, contas pessoais que foram pagas pela empresa, por exemplo, não podem ser contabilizadas como despesas, apesar de apresentarem uma saída de dinheiro na entidade. Nesse caso, para estar de acordo com os princípios contábeis, o pagamento deve ser reconhecido como uma dívida que o sócio contraiu, devendo ele pagar esse valor para a empresa posteriormente.


Outro motivo para que seja feita a separação das contas está relacionado ao resultado da empresa. Se não há um controle das entradas e saídas de dinheiro provenientes exclusivamente das atividades da empresa, fica praticamente impossível calcular o lucro ou prejuízo que a entidade apresentou ao final do período. Consequentemente, nenhum planejamento financeiro será eficaz, o que acaba prejudicando o futuro da empresa.


A fim de facilitar a separação de gastos PF e PJ, é altamente aconselhável que a empresa possua uma conta bancária empresarial exclusiva para ela.

Conta PJ e suas vantagens


Abrir uma conta bancária exclusiva para a empresa é uma das primeiras coisas a serem feitas ao abrir o seu negócio. Caso sua empresa ainda não possua uma, aqui vão alguns dos diversos motivos para que ela seja feita:

1. Serviços diferenciados

Apesar de cobrar tarifas mais altas, os bancos oferecem para pessoas jurídicas serviços que não são encontrados para pessoas físicas. Além disso, a conta PJ amplia sua linha de crédito no mercado, dando acesso a negociações de crédito com taxas menores.

2. Problemas com recebimentos de clientes

Algumas empresas, ao fazer compras ou contratar serviços, exigem contas PJ para realizar o pagamento. Caso sua empresa venha a atender um cliente com esse perfil, você terá problemas com o recebimento se não possuir uma conta bancária no nome da empresa.

3. Separação de PJ e PF

Já falamos sobre a importância de separar contas pessoais das contas da empresa. Criando uma conta PJ e adquirindo cartões corporativos de débito e/ou crédito, talão de cheque e investimentos próprios para a empresa, fica muito mais fácil evitar que isso ocorra.

4. Controle financeiro

A conta PJ possibilita a realização da apuração de resultados de maneira mais eficiente, mostrando de forma mais clara as receitas e despesas da empresa e o quanto ela apresentou de lucro ou prejuízo no período, sem subestimar ou superestimar esse resultado devido a gastos e recebimentos incorridos de outras atividades que não sejam da empresa. Também torna possível a conciliação bancária, ou seja, a comparação das entradas e saídas do período com o extrato bancário.

5. Elaboração de demonstrações contábeis

Além de serem muito úteis para fins de controle gerencial, as demonstrações contábeis possuem extrema importância na distribuição de lucros feita ao final do período.


De acordo com a Lei n° 9.249/95, lucros e dividendos pagos ou creditados por empresas optantes pelo Lucro Presumido, Lucro Real e Simples Nacional estão isentos de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF).


Essa isenção, porém, possui limitações caso a empresa mantenha apenas o Livro Caixa. De forma simplificada, empresas prestadoras de serviços com esse perfil só podem distribuir lucro isento no valor máximo de 32% do faturamento. Para empresas comerciais e industriais, o limite é ainda menor: 8%. Assim, é aconselhável que as empresas apresentem, além do Livro Caixa, outras demonstrações contábeis, para não se submeterem a essas limitações.


Com uma conta PJ, a elaboração de tais demonstrações contábeis, como Balanço Patrimonial, DRE e DFC, pode ser feita de maneira mais ágil e eficiente, por facilitar a conciliação de contas e a separação dos gastos da empresa com gastos dos sócios.


Em suma, é muito importante que as contas da empresa não se misturem com contas pessoais dos sócios e o primeiro passo para evitar que isso aconteça é criando uma conta bancária PJ para que as transações provenientes exclusivamente das atividades da empresa possam ser realizadas.


Dessa forma, a falência empresarial citada no início desse artigo, que ocorre muitas vezes devido a má gestão financeira, pode ser evitada, fazendo com que sua empresa prospere apresentando resultados fidedignos que podem ser usados como base confiável para o planejamento futuro.


Conte conosco para te ajudar nesta transição.


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